sábado, 23 de março de 2013

Uma torre no meio da linha inimiga

 
O grande objetivo dos aliados no segundo semestre de 1944 na Itália era romper a linha defensifa do exército nazista, a chmada Linha Gótica. Foi o que aconteceu de modo muito frágil na Torre de Nerone, perto de Vergato, elevação conquistada pelo Batalhão de Montanha dos Estados Unidos e que foi mantida pelos soldados brasileiros durante todo o inverno. Como era uma ponte avançada, praticamente cercada pelos alemães, os brasileiros sofreram durante dois meses constantes e intensos bombardeiros vindos de dois lados. As terríveis condições de sobrevivência na Torre di Nerone, agravadas pela neve, são lembradas por Mário Pereira. Segundo ele, o local era chamado de "Terra dos Piolhos", tamanha a proliferação destes insetos diante da dificuldade dos soldados saírem de seus abrigos individuais (foxhole) para fazer a higiene ideal. Mesmo a ração de alimentos só podia ser levada durante a noite, no escuro, para evitar a artilharia inimiga.
Essa foi uma parte marcante e emocionante da viagem. Nesse lugar meu pai, Italo Diogo Tavares, psssou quase todo o inverno de 1944/1945. Nunca conversou sobre a guerrra, como se quisesse esquecer ou nos poupar, eu e meus irmãos, do lado cruel da humanidade. Honestidade, comprometimento, honra, determinação nunca foram meras palavras na minha casa. E o amor sempre foi mais um olhar do que uma palavra, talvez por conta de uma cicatriz não visível de uma guerra que nosso pai ajudou a manter distante.
Um trecho do depoimento de Mario Pereira está no link abaixo.
 

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